Principais destaques do Market Update a semana
Panorama Externo
China
O PIB chinês apresentou um crescimento de 6% a.a. (dado do 3º trimestre de 2019). Este é o menor crescimento registrado desde o início da série histórica (1992), confirmando a tendência de “pouso suave” do crescimento chinês. PMI - Os dados preliminares do índice de confiança dos gerentes de compra (PMI) do setor de manufatura para o mês de outubro registraram uma ligeira melhora nas expectativas para os EUA, França e Alemanha.
Este último no entanto, apesar da melhora, apresenta índice significativamente abaixo de 50 pontos, o que indica a persistência da deterioração das condições de negócios. Brexit - O impasse quanto a saída do Reino Unido da União Europeia prossegue com a negativa do Parlamento britânico em aprovar a celeridade do projeto de lei que regulamenta a saída do bloco.
A saída mais provável é de um adiamento do Brexit para janeiro/fevereiro do ano que vem, decisão que deve ser tomada pela UE no início da próxima semana. BCE - O Banco Central Europeu (BCE) decidiu pela manutenção das taxas de juros vigentes (0,00% para taxa de refinanciamento e -0,5% para taxa de depósitos) mantendo sua política de quantitative easing (QE) com a injeção mensal de €20 bilhões por meio da compra de títulos.
Cenário Doméstico
Balanço de Pagamentos: Os dados de setembro, divulgados pelo BCB, mostraram um avanço significativo do déficit em transações correntes que totalizou cerca de US$3,5 bilhões contra US$194 milhões registrado em setembro de 2018. No acumulado de 12 meses, o déficit é de US$37,4 bilhões (2,05% do PIB). O aumento no déficit foi influenciado, principalmente, pela redução do superávit da balança comercial de bens.
Quanto ao investimento direto no país (IDP), o ingresso líquido no mês foi de US$6,3 bilhões, totalizando em 12 meses US$70,4 bilhões (3,93% do PIB). Os ingressos líquidos em IDP foram mais que suficientes para cobrir o déficit em transações correntes.
Indicadores de Confiança: A prévia do Índice de Confiança da Indústria da Fundação Getúlio Vargas (ICI-FGV) de outubro apontou para uma nova queda no indicador. O índice atualmente apresenta 94,4 pontos e representa uma piora nas expectativas dos empresários do setor em relação ao mês de setembro.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria (Nuci-FGV) aponta um resultado preliminar em outubro da ordem de 75,6%. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC-FGV) apresentou uma ligeira queda de 0,3 ponto, após registrar duas altas consecutivas. A queda foi influenciada pela piora na percepção dos consumidores quanto às perspectivas futuras da economia. Este último indicador que, atualmente registra 89,4 pontos, vem se recuperando desde o final da recessão (2015-2016), quando chegou a cair abaixo dos 65 pontos.
Reforma da Previdência: Aprovada em 2º turno pelo Senado Federal, a PEC 06/2019 segue para promulgação pelos presidentes das duas casas legislativas (câmara e senado). Ainda não foi definida uma data para a promulgação mas esta deve ocorrer dentro do mês de novembro.
A economia prevista pelo governo em 10 anos, com o texto definitivo, é de cerca de R$ 800 bilhões, valor próximo do teto das expectativas do mercado no início da tramitação (R$ 500 – 800 bilhões).
Os principais pontos alterados na previdência contemplam a necessidade de se atingir uma idade mínima para obter a aposentadoria, tempo mínimo de contribuição, cálculo do benefício, entre outras. Há regras diferenciadas para classes profissionais diferentes bem como diferenças entre trabalhadores dos setores público e privado. Regras de transição também foram definidas.
O que mais vem por aí?: Não obstante a aprovação da reforma da previdência, diversas reformas tramitam ou fazem parte dos planos do governo. Um resumo das principais reformas se encontram na página 11 deste documento.
Crédito: As estatísticas de crédito divulgadas pelo Banco Central confirmaram a tendência de crescimento das operações de crédito no Sistema Financeiro Nacional. Em setembro, o saldo total das operações atingiu cerca de R$3,4 trilhões, o que representa um crescimento de 1% em relação ao mês anterior e de 5,8% em relação a setembro do ano passado.
Outra tendência que se verifica nos números é a redução na participação dos bancos públicos no mercado de crédito, puxada pela queda nos desembolsos do BNDES.
A taxa média de juros das operações contratadas caiu para 24,5% (-0,6 p.p. m/m) contribuindo, assim, para uma ligeira redução do spread geral o qual registrou 20,2% no mês (-0,5 p.p. m/m). A continuidade do ciclo de queda da taxa básica de juros tende a reduzir o custo de captação dos bancos permitindo, assim, uma continuidade na tendência de redução dos spreads.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito preparado por HENRIQUE TOMAZ, CFA, Analista Sênior, e RICHARDI FERREIRA, CNPI, Analista, ambos integrantes do BB Investimentos.